A Entrada Triunfal: Por que Jesus entrou em Jerusalém montado num jumentinho?

Seis dias antes da Páscoa, Jesus se aproximava de Jerusalém.

Ele havia sido ungido em Betânia (João 12:1–3), e agora caminhava em direção à Sua última semana — não com hesitação, mas com propósito.

Antes de entrar na cidade, Jesus disse a dois de Seus discípulos:

“Vão até o povoado adiante, e ao entrarem encontrarão um jumentinho amarrado, no qual ninguém jamais montou. Desamarrem-no e tragam-no aqui.”
— Lucas 19:30

Esse jumentinho não era qualquer animal. Na tradição judaica, animais que nunca haviam sido usados em tarefas comuns eram considerados puros — separados para fins sagrados (Números 19:2). Jesus escolhe um animal puro, intocado, reservado, consagrado para algo maior.

Mais do que isso, esse ato cumpre a profecia:

“Alegre-se muito, ó cidade de Sião!
Exulte, ó Jerusalém!
Eis que o seu rei vem a você,
justo e vitorioso,
humilde e montado num jumento,
num jumentinho, cria de jumenta.”
— Zacarias 9:9 / Mateus 21:5

Jesus não entra em um cavalo — símbolo de guerra e domínio. Ele entra em um jumento — sinal de paz e humildade. Porque Ele veio não para conquistar pela força, mas para se entregar em amor.

Ao vê-Lo se aproximar, o povo O recebeu com alegria:

“Hosana!
Bendito o que vem em nome do Senhor!
Bendito é o Rei de Israel!”
— João 12:13 / Salmo 118:25–26

“Hosana” significa “Salva-nos agora!” Eles clamavam por libertação — mas esperavam liberdade política. Jesus oferecia algo muito maior: redenção eterna e reconciliação com o Pai.

Agitavam ramos de palmeiras, símbolo judaico de vitória e honra real. Esses ramos eram usados em festas como a dos Tabernáculos (Levítico 23:40) e esculpidos nas paredes do templo (1 Reis 6:29). Também colocaram mantos no caminho (Lucas 19:36), um gesto de honra usado para reis (2 Reis 9:13).

O povo O exaltou como Rei — mas não entendeu o tipo de Reino que Ele trazia.

“Naquela ocasião, os discípulos não entenderam isso. Só depois que Jesus foi glorificado é que perceberam que essas coisas haviam sido escritas a respeito dele e que essas coisas tinham sido feitas com Ele.”
— João 12:16

A Entrada Triunfal não foi apenas uma celebração. Foi um ato profético. Uma declaração silenciosa de que o Cordeiro estava pronto.

Ele foi recebido com glória, mas caminhava para o sacrifício. Foi chamado de Rei, mas escolheu ser o Cordeiro.

Ali começava a cruz.
E se cumpria a promessa.